The segregation.
Em 1963, "Segregation now! Segregation tomorrow! Segregation forever!", George Corley Wallace proferiu tal frase na sua celebração de posse como Governador do Alabama; estado onde ele viria a ser governador por mais dois mandatos, 1971 à 1979 e 1983 à 1987.
O seriado norte americano, com boa audiência no Brasil Todo mundo odeia o Chris (Everybody hates Chris) tem em um certo episódio, Chris Rock (interpretado pelo Tyler James Williams) concorrendo à chapa do grêmio contra um outro personagem da série, o Joey Caruso (Travis T. Flory). O personagem caucasiano de Travis, ao ser questionado sobre a acessibilidade para deficientes na escola onde estudam, ele responde: "Faremos rampas, rampas hoje, rampas amanhã, rampas sempre!" e segue usando a frase para responder todas as outras perguntas. Levando em conta o teor humorístico, a série busca fazer críticas à questões sociais e principalmente ao racismo, tema que ainda hoje nos Estados Unidos precisa de muita discussão.
A contextualização desse acontecimento se da na mesma época em que o estado do Alabama (seguindo outros do sul dos Estados Unidos) continuavam lutando contra o direito - decidido pela suprema corte dos Estados Unidos como direito constitucional - dos estudantes negros de frequentarem escolas e universidades. O próprio Wallace instituiu por meses uma barreira militar na frente da Universidade do Alabama para impedir que os estudantes negros pudessem entrar e se matricular, somente depois de ordens ferrenhas de Washington que ele cedeu.
Em 1972 na sua terceira jornada à presidência dos EUAs, foi baleado em um ato de campanha e como consequência desse atentado ficou paralítico e acabou perdendo muita relevância política. Durante os anos da década de 80, mudou drasticamente suas convicções e acabou até pedindo perdão a vários movimentos aos quais ele havia lutado contra, ganhando assim apoio de parte da população afro-americana. George morreu em 1998 nos seus 79 anos, já sem nenhuma atribuição política, em decorrência da idade e de complicações da sua condição.
Fato é que mesmo com décadas de distância dos anos sombrios do século passado, nós vivemos mais um retrocesso do que qualquer tipo de avanço no Brasil. A eleição de Jair Bolsonaro e seu vice Hamilton Mourão, evidencia esse fato quando frases como: “Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena” e “a malandragem é oriunda do africano” foram alavancas para seus números de eleitores (assim como a de George Wallace). O próprio, hoje presidente da república, assusta destilando gratuitamente seu racismo. Em uma entrevista ao CQC, em 2011, ele diz que seus filhos não correm o risco de namorar uma mulher negra ou "virarem" gays, porque "foram muito bem educados", frase dita por ele.
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