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Foto do escritorGabriel Leal

Minuto da cultura #2

The Great Gig In The Sky.


*A música está no final do texto, vale dar play para acompanhar a leitura.


Em 1973, uma banda inglesa lançou um disco que extasiou -e até hoje é capaz disso- os ouvidos de quem teve o privilégio de ouvi-lo. Pink Floyd, acabava de produzir The Dark Side of The Moon (O lado escuro da lua), que viria a ser um álbum quebrador de records da banda; como exemplo o "Billboard200", ranque responsável por ordenar os 200 álbuns mais vendidos da semana nos Estados Unidos, onde o disco ficou por 777 semanas seguidas citado. Também ganhou em 2003, o título de segundo álbum mais importante da história do rock (Rock and Roll Hall of Fame), da revista inglesa Rolling Stone.

O disco que continha lado A e lado B, carregava dez músicas. A quinta e última música do lado A, The great gig in the sky, tem uma história peculiar e que aumenta mais ainda o encanto transmitido pela música.

A canção começa com uma frase gravada pelo zelador do estúdio (o álbum todo conta com várias falas gravadas durante o processo de produção), que dizia algo como: " E eu não tenho medo de morrer. Posso ir a qualquer hora, não me importo. Por que eu deveria ter medo de morrer? Não há razão pra isso... uma hora você vai ter que ir. " e é um dos dois trechos de fala da música. Apos uma breve pausa, a melodia se inicia e da afago a voz de Clare Torry. Clare foi convidada para gravar essa música com os pinks, depois de um desinteresse, ela acabou aceitando e indo.

Torry chegou sem saber o que seria produzido, no início da gravação, pediram a ela que simplesmente improvisasse ouvindo a melodia e se soltasse. O primeiro take não agradou muito, saíram algumas falas de "baby, oh baby..." e pediram à ela que tentasse de novo, Clare então se "conectou" à música, pensou que deveria ser só mais um instrumento e compôs com a voz o ápice da canção. Após o terceiro take gravado, ela pensou ter esgotado o que poderia fazer, saiu do estúdio e se deparou com todos em silêncio, ninguém disse nada e ela acabou indo embora com seu cachê de 30 euros e o sentimento de que teria decepcionado e que nunca viria aqueles takes no disco. Só mais tarde, quando em uma loja ela viu seu nome nos créditos do álbum, que se deu conta que o silêncio causado era de espanto.

Um ponto triste é que até 2004 a música não tinha como autora a Clare Torry, somente apos um processo judicial que a banda foi obrigada a incluir o nome dela como compositora da música.




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